4.11.09

RE-DESCOBRIR O SER QUE SOMOS – O AMOR E O MEDO

RE-DESCOBRIR O SER QUE SOMOS – O AMOR E O MEDO

Uma viagem de descoberta sobre o significado da vida


explorando o interior da nossa essência

* * *


Costuma-se dizer, que não há coincidências, que tudo tem um propósito, mesmo que não nos consigamos aperceber desse propósito... talvez esta mensagem venha na altura certa... na altura certa para o que desejarmos relembrar, para o que desejarmos escolher e fazer, para o que desejarmos SER.



Leia este artigo de mente aberta, venha fazer uma viagem interior e descobrir algumas das respostas que sempre sentiu, que sempre procurou. Não acredite simplesmente no que aqui é dito, mas acredite no que sente bem no fundo da sua essência pura, pois estão ai as respostas para tudo o que precisa.
* * *


No essencial, o que é que o ser humano quer? Procura e quer ser feliz, encontrar um propósito de vida e explicações de si e para si, amar e ser amado. Muitas vezes, durante as nossas vidas, paramos e pensamos, "o que será que devo fazer? Qual é o meu propósito na vida? Como posso ser feliz? Como posso dar felicidade? Como posso sentir e dar amor incondicional? O que acontecerá depois de morrer?"... Estas são sem dúvida algumas das perguntas verdadeiramente importantes e essenciais, são a base da espiritualidade, a base do nosso desenvolvimento interior mais puro, a base de tudo que existiu, existe e existirá.

No entanto, aqui a questão não será propriamente pensar, não será propriamente racionalizar para tentar descobrir aquilo que todos no mundo procuram saber, mesmo que não saibam que o procuram, pois o pensamento e a racionalização, é um caminho com bastantes limitações e interesses escondidos, que de alguma forma irá deturpar a realidade do que procuramos descobrir (especialmente daquilo que não se consegue explicar facilmente), do que foi, é e será. A forma de conseguir chegar mais facilmente às respostas que todos queremos e precisamos de saber, será procurar no mais íntimo e profundo do nosso ser, do nosso espírito, sentir essas respostas da forma mais livre e pura possível, sem quaisquer interferências de pensamentos e acções/re-acções, sejam provenientes do exterior como da nossa própria mente. Uma das melhores formas de se conseguir fazer isto, é praticar a meditação, embora existam muitas outras ferramentas que podemos e devemos utilizar.

Sim, é verdade, todas essas respostas estão dentro de nós, basta saber procurar, basta saber escutar.

É quando as pessoas não procuram ou sabem procurar, quando as pessoas se preocupam essencialmente com assuntos triviais ou superficiais, que surgem as ditas crises de identidade, aquelas sensações de vazio e angústia interiores, porque não sabem o que são, e renegam a si próprias e ao mundo, a possibilidade de o saberem e partilharem a sua essência. Infelizmente, para tentarem esconder esse vazio e essa confusão na sua mente, a maioria das pessoas em vez de questionar o "status quo" social/religioso/espiritual/económico e procurarem por si, deixam-se envolver na "teia corrupta" do facilitismo e consumismo, pensando que isso trará a verdadeira paz e felicidade, quando acaba por obscurecer mais o ser sublime que se É, e quando passa a "felicidade" de por exemplo se ter determinado objecto, vem novamente o vazio, e dai volta novamente o ciclo vicioso. Quem não quebra esse ciclo não conseguirá evoluir. Nesta vida mais terrena, há certamente certas necessidades mais materiais que precisamos ter atenção, como ter alimentos, roupas e local para descansar, no entanto as necessidades materiais nunca deverão estar acima das necessidades do espírito, pois este é tudo o que fomos, somos e seremos, para a eternidade, sem ele nada somos, com ele tudo somos.

Provavelmente já todos sentiram no seu intimo, uns mais que outros, que antes já foram e/ou que podem ser mais do que aquilo que são agora, já sentiram que são diferentes daquilo que existe dentro da cultura social com a qual não se identificam, que há algo "inexplicável" e de muito profundo para descobrir, que têm maior poder de conhecimento e de criação do que pensam ter à primeira análise, que estão aqui neste mundo para cumprir uma missão, que há muito mais de misterioso e maravilhoso para descobrir na vida e no universo do que aquilo que pode ser visto… provavelmente já todos pensamos nisto, mesmo que por uma fracção de segundo, e nisto estamos totalmente correctos. Quem sente de forma muito mais intensa todas estas questões, são aquelas pessoas mais sensíveis e evoluídas, mais conscientes de si e do universo, que decidiram vir ao mundo para ajudar a fazer a diferença. São os "indigos", os "escolhidos", escolhidos por eles próprios para vir experiênciar e realizar a missão que escolheram fazer através dessa grande coragem e amor incondicional que existe no seu espírito. Cá, estes têm a incumbência de re-lembrar o que escolheram fazer e realizar a sua missão, ao mesmo tempo realizando-se a eles próprios.

Num certo sentido, neste momento, podemos dizer que tudo o que somos provem de experiências anteriores da nossa vida que podem proceder de há anos, décadas ou mesmo de uma outra vida, sim, isso mesmo. Todo esse conhecimento/experiência do passado constitui em grande parte a nossa personalidade presente, e pode afectar (e normalmente faz), tudo o que somos no presente, no aqui e agora, todas as decisões que fazemos. Mas não deveremos deixar que assim seja, pois o passado é passado e o futuro ainda não aconteceu, o importante é o presente, este momento, o momento em que estão a ser partilhadas e lidas estas palavras e assimilado o seu conhecimento. Não deveremos nos basear naquilo que fomos no passado, mas naquilo que pretendemos SER aqui e agora.

Quando uma pessoa precisar de decidir alguma coisa na sua vida, seja o que for, poderá perguntar-se a si própria: "O que o amor faria agora?". Se a resposta for proveniente de verdadeiro amor (incondicional), não poderá errar. No entanto, quando a resposta for proveniente do medo por algo, consciente ou inconsciente, que as pessoas tenham na sua vida pessoal e interpessoal, normalmente as consequências podem ser o oposto, ou no mínimo não ser tão eficaz.

Quer ser feliz, quer dar felicidade? Lembre-se então de viver aquilo que ama e amar aquilo que vive, seja no trabalho, dentro de nós, nas relações interpessoais, na vida em geral. A maior parte das pessoas tenta apenas sobreviver na vida, quando deveria VIVER essa vida de todo o coração. Alguns conselhos de como o fazer serão ditos ao longo deste artigo.

Devido a toda uma "educação", religião e socialização manipuladas (fora do que é verdadeiramente importante e real) e baseadas em realidades fabricadas pelo medo, desenhadas de forma a controlar o próprio EU retirando poder a muitos em nome de uns poucos, normalmente as pessoas pensam que não sabem as respostas (que não sabem que o sabem), pensam que não podem mudar, pensam que não têm a capacidade e o potencial, pensam que não podem ser felizes, pensam que não podem fazer a diferença.... Sinceramente, pensa-se muitas coisas erradas neste plano dimensional. Se apenas tivermos a consciência que, no fundo, nós sabemos mais do que pensamos que sabemos, mas que apenas não sabemos que o sabemos, TUDO na vida mudaria… deixaria de haver sofrimento e haveria paz, serenidade e amor.

Para além de outras questões importantes dentro da sociedade, uma das mais relevantes para esta matéria são as religiões. Consideradas como o "ópio do povo", têm também um grande papel nestas questões do espiritual, do SER, apesar de na minha opinião e em certos níveis, de uma forma muito negativa. Embora num primeiro início, elas possam em teoria ser benéficas ao ajudar a apresentar e introduzir o tema da espiritualidade na vida das pessoas e fazer crescer essa esperança de felicidade e de "algo mais, algo diferente, algo profundo, algo que explica o inexplicável", a médio e longo prazo, devido aos seus dogmas de "visão curta" derivados essencialmente de conceitos e preconceitos escritos por humanos (e não deuses/seres divinos), são por isso extremamente limitadoras e mesmo "confinam" o pensamento e o espírito da pessoa dentro de uma "caixa", para que esta não possa ver mais nada além daquilo que é anunciado dentro dessa religião como uma verdade absoluta e inquestionável, como a religião considerada como a mais perfeita e absolutamente a única verdadeira… embora haja muita incoerência e hipocrisia dentro das religiões. Se uma pessoa se atrever a ser audaz e procurar uma outra verdade fora dessa religião, será como que considerada uma pecadora, como uma blasfémia e "vai para o inferno" (incentivar o medo), no entanto se a pessoa aceitar tudo o que se diz e faz nessa religião como uma verdade absoluta e inquestionável, é considerada bem comportada e vai para o paraíso (ler mais abaixo). Na realidade, no fundo isto acaba por ser um perigoso jogo de medo e poder, na realidade foram estas intolerâncias, arrogâncias, conceitos e preconceitos religiosos que levaram à maior parte das guerras no mundo e ao genocídio em massa de muitos povos no tempo das ditas "descobertas". É verdade que todas as religiões antigas têm algo de benéfico para dar (especialmente o budismo e os ensinamentos de Jesus Cristo), mas existem também muitos outros aspectos negativos. Para descobrirmos aquilo que SOMOS e queremos SER, não precisamos de nos juntar a um grupo e viver a mentalidade e crenças desse grupo como se fossem as nossas, fazendo que não pensemos por nós próprios e limitando muito o nosso crescimento. Se um grupo de pessoas se atirar do precipício abaixo, também irá fazer o mesmo só porque esse grupo o fez? Eu porém vos digo, limitar a capacidade do espírito e fazer dele aquilo que não é, é a mais pura das blasfémias. Pensem por vocês próprios, questionem tudo, sintam e confiem na vossa voz interior (no espírito puro), procurem saber explorar e mais, não se deixem confinar mental e espiritualmente, vivam em plena liberdade, sejam o que vocês SÃO.

De uma forma ou outra, todos procuramos um determinado tipo de "paraíso", onde nos possamos sentir bem, estar em paz e termos tudo o que possamos precisar de mais importante. A grande maioria das pessoas pensa que o paraíso existe apenas depois da "morte" (que não é nada mais que um processo de transfiguração/transformação), num outro plano existencial, quando o paraíso pode ser construído aqui e agora, neste planeta, é só agir nesse sentido a nível de consciências individuais e colectivas. As pessoas que vivem uma vida baseada no medo, especialmente as religiosas, tomam também certo tipo de conceitos e acções baseado no seu medo de não irem para o "céu" e irem para o "inferno", tentam fugir do mesmo, quando por ironia, pela sua inconsciência acabam por fazer deste mundo esse "inferno", seja a nível do seu espírito como a afectar o mundo à sua volta. O inferno existe quando vivemos uma vida sem amor e magoamos outros e a nós próprios, o paraíso existe quando vivemos a vida com amor, sabedoria e paz interiores, e estejamos onde estivermos o paraíso existirá dentro de nós.

Então e o que é o sofrimento, o que é o amor? São conceitos de "realidades" construídas nas nossas mentes/coração/espírito. É a forma como vemos a nós próprios, como vemos o mundo e o universo, que determina o que sentimos ou não dentro de nós, e o caminho a percorrer nesta vida. Se vivermos uma vida em que estamos focados no negativo, viveremos de forma mais regular esse negativo, se estivermos focados no positivo, viveremos de forma mais regular esse positivo, ou seja, se pensarmos em ódio, transmitiremos ódio, se pensarmos no amor, transmitiremos amor. É uma simples equação de vida, mas uma das mais essenciais. É por isso fundamental não nos focarmos em demasia no negativo, mas tentarmos ver o que de mais positivo existe para ver, fazer, experienciar e mudar, tendo sempre a esperança de que tudo irá funcionar pelo melhor. Se virmos o sofrimento por aquilo que ele é, uma invenção da nossa mente através das "realidades" que nós próprios construímos sobre a nossa vida, então compreenderemos como este é originado e funciona, e podemos assim o controlar e faze-lo desvanecer-se, substituindo-o por paz interior.

Sofrimento é medo, medo é sofrimento. Pelo medo se destrói, pelo amor se constrói. Aprender a amar verdadeiramente é aprender a construir de forma sustentável, ilimitada e indefinidamente.

Sofrimento é aquilo que cada um de nós discerne da vida, é uma coisa relativa, na realidade vivemos num mundo relativo de acções relativas. Numa determinada situação, uma determinada pessoa pode achar que um determinado evento significa sofrimento, e uma outra determinada pessoa pode achar que esse determinado evento é uma oportunidade, é evolução, é amor. Sofrimento depende da forma como cada um vê e sente o mundo ao seu redor e a si próprio. Como se poderá deixar de "sofrer"? A resposta apesar de muito simples, é ao mesmo tempo muito complexa… através do amor incondicional. Quando sentimos amor incondicional, deixa-se de sentir esse sofrimento, pois este é encarado e transmutado para uma coisa totalmente oposta ao medo/sofrimento, ou seja, transforma-se ele próprio em amor.

Quando existe alguém que nos possa magoar bastante, seja porque motivo for e de forma propositada ou não, e talvez chegando ao ponto de prejudicar seriamente a nossa vida, normalmente a resposta "normal" das pessoas (inconscientes) seria o de demonstrar no mínimo raiva, afastamento e indiferença, e provavelmente ódio (o sentimento mais destrutivo). Isto acontece porque quem o faz, no momento não consegue ou sabe fazer de outra forma, e sem dúvida que precisa do amor de outros para se auto-curar. Uma pessoa que nessas circunstâncias consiga dizer "Apesar de tudo sei que não és verdadeiramente assim. Por isso Perdoo-te, Amo-te", possui no momento uma extraordinária capacidade consciente do que É e do que pode fazer, uma incrível capacidade de dar amor incondicional, de curar feridas, de fazer evoluir e unificar o todo de ambos. Desta forma, mesmo sem se aperceberem, a pessoa que magoa ajuda a pessoa que ama a evoluir, e a pessoa que ama ajuda a pessoa que magoa a evoluir, devido a um certo nível de complementaridade que cada um dá ao outro, embora à primeira vista nisto possa não parecer haver sentido. Mesmo que não o admitam, ambos necessitam um do outro para essa evolução.

Sabemos que por mais "perfeitas" que as relações interpessoais de qualquer tipo sejam, que existem sempre adversidades a resolver. Num exemplo, em relações de amizade, família ou amorosas, em que por vezes possa existir conflitos e feridas/mágoa entre ambos, se apesar dessas adversidades no final do "dia", acabarem por perdoar-se um ao outro e continuar a sentir esse amor, é porque nessa relação/inter-ligação, existe um verdadeiro amor.

O verdadeiro amor cura e transforma TUDO.

Uma pessoa poder-se-á perguntar "Sendo eu tão imperfeito/a, será que sou capaz de amar assim?", e a surpreendente e maravilhosa resposta é: sim, todos nós somos capazes de amar intensa e incondicionalmente, basta explorar e re-descobrir, basta querer caminhar nesse sentido, basta abrir o nosso coração/espírito e SER o que somos de mais profundo na nossa essência. Quando se tem uma grande clareza na mente, e a consciência das coisas como elas são verdadeiramente, e quando vês os outros como verdadeiramente teu igual, a tua noção das pessoas e do mundo muda e mesmo sem querer, passas a sentir mais respeito e amor pelos outros de uma forma como nunca se podia imaginar. Será que uma pessoa deficiente, mental ou fisicamente, é de alguma forma menos do que outra de muito boa saúde e "produtiva" na vida? Não, na essência são iguais e têm o mesmo valor, são o que são, diferentes mas iguais, e ambos merecem o mesmo respeito e amor.

Ser tocado por esse tipo de amor, em que de uma forma livre, aceitas e amas as diferenças nas pessoas, que dás graças por tudo o que recebemos das pessoas e do universo (mesmo o que seja considerado negativo), em que dás sem esperar nada em troca, em que consegues percepcionar a perfeição no universo e nas coisas que aparecem no teu caminho, em que respeitas e amas toda a natureza, é simplesmente ser tocado por algo de sublime e inexplicável, que nenhum conjunto de palavras conseguirá alguma vez descrever.

E tu não és "imperfeito/a", tu és perfeito/a, tu podes amar dessa forma, o problema é que não sabes que o sabes ou por algum motivo escolhes não o ser no momento presente, e a tua evolução pode demorar muito mais tempo, e é aqui que está o cerne da questão, não escolheres ser aquilo que tu ÉS.

Será tudo isto difícil de fazer? Talvez, embora isso seja mais um pensamento "racional" que interfere directamente no processo de criação de quem tu queres e podes SER, que na realidade já o ÉS. Mesmo que fosse realmente difícil, também se pode afirmar que é nas coisas mais difíceis que lhes atribuímos um maior valor, e o factor consciencialização e amor incondicional, é o que de mais precioso existe, e se alcançares isso, alcançaras tudo.

Não acredites que, quando por mesquinhice ou inconsciência, alguém te trata mal e te disser que tu és uma pessoa feia (mental, espiritual ou fisicamente), ou com defeitos, ou que não tens a capacidade de ultrapassar as adversidades, ou que não consegues fazer uma determinada coisa ou mesmo nada na vida, ou que não consegues amar e/ou ser amado… não oiças as vozes exteriores e as suas palavras que provêm do medo, ouve sim a tua voz interior, pois cada um é diferente à sua maneira e igual ao mesmo tempo. Assim, tu ÉS um ser lindo/a, e tu ÉS capaz de fazer tudo o que queiras fazer, seja na tua vida exterior como principalmente interior. Na realidade te digo, tu estás destinado/a a ser muito, mas muito mais do que aquilo que és neste momento. Abraça esse teu destino com todo o teu amor, e encontrarás toda a paz e felicidade que sempre desejas-te.

Todos nós cometemos "erros", todos nós magoamos outros, todos nós temos muito a re-aprender nesta vida, mas, todos nós temos o potencial para ser aquilo que desejamos ser, e que na realidade, já o somos, só que não estamos plenamente conscientes disso. Quem verdadeiramente é feliz, quem verdadeiramente ama, é quem está verdadeiramente consciente, de si, do mundo, do universo, do uno.

"Somos pessoas imperfeitas com um potencial perfeito"

A cada momento da nossa vida, a cada segundo, temos o potencial para fazer o que é "certo" assim como o potencial para fazer o que é "errado", escolher o que fazer é que determina as consequências dessa escolha e o caminho que percorremos. Mesmo quando essas consequências não são aquilo que preferíamos que fossem, ainda assim há ali um sentido, há ali uma oportunidade, de aprendizagem e de mudança.
Cada pessoa tenta fazer aquilo que "sabe" mediante o seu nível de consciência nesse determinado momento, mas mesmo que façamos o que possa ser considerado como intrinsecamente certo nessa circunstância, não significa isto que as consequências sejam aquilo que preferíamos que fossem, ou pudessem ser, ou "tivessem" de ser, pois muito de "tudo" está igualmente dependente do "tudo" de muitos, ou seja, excepto dentro do nosso próprio espírito, a vida em geral depende de escolhas de dezenas, milhares ou milhões de pessoas, num tipo de consciência colectiva. É essa consciência colectiva, que determinou o passado, e determina o presente e futuro da sociedade e do Planeta.

Na nossa evolução interior, é muito importante conviver, partilhar e experienciar a vida com outros seres em relação a tudo o que possa existir por experienciar, pois é precisamente dessa forma que nós experienciamos a vida no seu todo, e é dessa forma que nós podemos ter todas as oportunidades, de sermos mais conscientes, de evoluir, de sermos mais do que somos, aqui e agora. Na nossa vida irá haver sempre aquelas pessoas que partilham connosco pensamentos/sentimentos e acções positivas, assim como outras que darão pensamentos/sentimentos e acções negativas, ou aqueles que dão ambos, que representa a maioria dos casos. Pensa em cada uma dessas pessoas que partilham contigo parte de si (positiva ou negativa), como uma bênção, que te ajudará a ser mais do que és, pois mesmo que inconscientemente, isso acontece constantemente. Mesmo o conceito de amor e amizade pode ser um pouco relativo, pois quem de alguma forma te "desafia" e "desperta" na vida é provavelmente quem mais te ama e/ou ajuda a ires mais longe (ex: ser honesto e dizer o que pensa, se concorda ou não, mesmo que possa haver a possibilidade dessa honestidade causar alguma "discórdia"), do que aquele que te "estagna" (ex: concordar com tudo o que faças, bom ou não, só para te fazer "feliz", pelo medo de perder alguma coisa).

Há que ter a clareza de pensamento de perceber que todos temos a liberdade de escolher o que quisermos, mesmo quando pensamos que fazemos o que é "correcto" através do "errado". Liberdade de escolha é um direito inalienável que todos têm, pois só com livre arbítrio é que podemos verdadeiramente ter e criar as oportunidades de compreensão e desenvolvimento pessoal, mesmo que para isso seja necessário cometer "erros" ao longo do caminho para aprendermos.

No entanto, escolha-se o que se escolher, é com todos eles que experienciamos, é com todos eles que aprendemos, e com todos eles evoluímos, se assim escolhermos tal. Só poderemos verdadeiramente evoluir, se experienciarmos tudo, o negativo e o positivo, o yin e o yan, o quente e o frio, noite e dia, porque só assim podemos ter o pleno conhecimento (consciência) do tudo e do todo que existe.
E porque? Porque para evoluirmos, é na diversidade que obtemos a abundância de experiências e do conhecimento, pois só assim, através de vermos e experienciarmos aquilo que sentimos que não somos e não nos representa, que temos a plena consciência daquilo que somos e representamos, ajudando os outros a fazer o mesmo. De uma certa forma, é como se todos estivéssemos a "jogar o jogo da vida" numa total interacção, com a diferença que cada ser joga com regras e conhecimentos diferentes, no entanto no "final do jogo" ninguém perde, todos ganham porque o resultado é igual para todos.

Quando alguém te dá amor, agradece com amor, quando alguém te magoa (consciente ou inconscientemente), retribui com amor, pois mesmo que a outra pessoa não o saiba, está a dar-te mais experiências e ferramentas para poderes ter esse pleno conhecimento, para poderes amar, para poderes evoluir. No fundo, tenta amar tudo e todos, do fundo do coração, independentemente das circunstâncias, necessidades e consequências.

Por ironia, aqueles que mais "erros" cometem e mais pessoas magoam, são aqueles que mais sofrimento estão a ter e que mais compreensão e amor precisam, o seu "erro" e mágoa é uma forma de incompreensão de si próprio, é uma forma de pedido de socorro, e o TEU amor pode curar estes medos, estas feridas, estas pessoas, e ajudar a transformá-las. Para isso ser mais eficaz, é fundamental que se faça sem julgamentos, sem críticas, sem egos, sem achar que estamos sempre certos, ouvir suas opiniões, dando compreensão e compaixão, dando sempre aos outros a oportunidade e liberdade de comunicar, evoluir e serem independentes, de serem mais do que são no momento presente. Para além do amor incondicional, a melhor prenda que podes dar a alguém, não é somente dar uma parte de ti, mas mostrar tudo o que essa pessoa verdadeiramente É, e ajudando-a a evoluir nesse sentido. Dessa forma darás um presente eterno porque transformas toda a sua vida para todo o sempre.

Por isso não desistas de ninguém, pois todos merecemos amor, todos somos diferentes e ao mesmo tempo iguais, pois todos temos exactamente o mesmo potencial, pois todos estamos interligados, pois todos somos um. O que tudo isto significa, é que para além de termos a missão e responsabilidade de nos desenvolvermos a nós próprios, também temos a missão e responsabilidade de ajudarmos os outros a fazerem o mesmo, principalmente quando pedem e/ou mais precisam de nós, pois tudo isso faz parte do SER que somos. Algumas pessoas "especiais" têm mais consciência e capacidade para lidar com esta imensa responsabilidade no sentido de ajudar a fazer uma diferença no colectivo social e no mundo, e estas pessoas sabem bem isso porque sempre sentiram que o tinham de fazer embora de formas diversas, porque sempre sentiram que eram diferentes, porque no fundo foi isso que tinham escolhido fazer antes mesmo de o saberem conscientemente nesta vida.

Certamente que por melhor que tentemos fazer em relação a um determinado aspecto exterior a nós, fazer tudo da forma mais correcta dando todo esse amor que temos, mesmo assim não significa que se aconteça o que preferíamos que acontece-se, e nem deveremos ter expectativas de tal, mas poderemos dizer que nós fizemos o nosso melhor, que assumimos a nossa responsabilidade e fizemos a nossa parte, mesmo que outros à nossa volta não tenham feito o mesmo dessa forma positiva e construtiva. Não podemos decidir o que os outros fazem, mas podemos assumir as nossas responsabilidades e decidir o que nós fazemos. Mesmo que no "final", possas não conseguir mudar o mundo à tua volta, certamente que tens todo o poder para mudar o teu mundo interior, e isso ninguém te pode tirar isso de ti, pois essa decisão cabe em exclusivo à própria pessoa.

Assim, todos são capazes de mudar, de evoluir, na realidade, todos somos capazes de fazer milagres, e no dia-a-dia, muitos fazem "pequenos" milagres, seja quando damos a mão a alguém que necessite de um amigo, quando ajudamos os animais, quando protegemos a natureza, quando sorrimos a alguém, ou até quando em paz ouvimos o cântico dos passarinhos e ouvimos o vento nas folhas das árvores sentindo que isso é a perfeição da natureza, faz-se um milagre.

Na sociedade e através da arrogância, pensa-se que estamos todos separados uns dos outros, pensa-se que estamos separados da natureza, pensa-se que humanos são seres superiores aos animais e às plantas e mesmo pensa-se que uns são mais que outros, pensa-se que estamos desligados de GAIA (Mãe Natureza) e que esta nos pertence para a explorarmos por interesses superficiais… e por fim a destruímos. No entanto, a realidade é que tudo e todos estamos de alguma forma inter-conectados, a realidade é que no fundo somos todos UM. Nós somos a Natureza (UNI-verso) e a Natureza somos nós, sem esta conexão, não existiríamos a nenhum nível (físico, energético, espiritual).

Para um desenvolvimento espiritual ou a qualquer outro nível, é crucial sabermos respeitar toda a vida e o próprio Planeta, seja a nível de pessoas, animais e plantas, e mesmo a terra/rocha em si. Os nossos pensamentos determinam as nossas escolhas, e as nossas escolhas determinam o nosso destino e o de outros seres. Se prejudicamos a natureza, os animais e outras pessoas, é porque agimos baseado no medo (ignorância, inconsciência, ganância, receio de perder isto ou aquilo, etc), e é por esse motivo que o Planeta está no estado em que está. Se queremos ter uma sociedade baseada no respeito, na paz e amor, teremos de ser a própria paz e amor, teremos de assumir responsabilidades, não julgar os outros, acreditar que tudo é possível, e ajudar a mudar circunstâncias negativas para outras mais positivas.

Para mudar certas realidades negativas, todos os dias podemos fazer simples acções, de forma a respeitar toda a vida e proteger o planeta, como por exemplo: ser vegetariano, comprar alimentos biológicos, apoiar o comércio justo, comprar e utilizar apenas produtos e serviços que sejam o mais éticos e ecológicos possíveis, não utilizar químicos sintéticos, ajudar pessoas pobres, adoptar órfãos, fazer voluntariado e activismo, poupar água e energia, ajudar animais abandonados, plantar árvores nativas, tentar consciencializar outras pessoas para estas questões, etc etc etc… Existem muitas pequenas-grandes coisas que se podem fazer todos os dias e que podem até ter um impacto tremendo a todos os níveis (como ser vegetariano), mas a questão é, será que estamos dispostos a fazer isto, vencendo a inércia e abdicando de certos "confortos e necessidades" superficiais e desnecessárias na nossa vida? É só QUERER, e querer é poder.

A realidade é que, por estarmos todos inter-conectados, quando prejudicamos outros, prejudicamo-nos a nós próprios, e quando amamos outros, estamos a amar a nós próprios. Quando damos amor, é possível transformar o maior dos nossos inimigos no nosso maior amigo, na realidade ele já o é, apenas não o sabe.

A maior dádiva que uma pessoa pode fazer a outra, é dizer-lhe que a ama incondicionalmente, pois neste estado acontecem verdadeiros milagres, tudo é perfeito, pois tudo se pode fazer, tudo se pode perdoar, tudo se pode transformar para o mais sublime que nós somos.

Quando nos sentimos desta forma e atingimos esta consciência, fazemos o maior milagre de todos.

Infelizmente poucas são as pessoas capazes de, conscientemente, chegar a conclusões próximas da verdade ou mesmo saber em pleno essas respostas. Infelizmente a maioria não consegue responder a essas perguntas ou inventam os seus próprios conceitos e realidades que lhes sejam mais confortáveis, de uma forma como que vagueando sem rumo, ao sabor da "vontade" da sociedade e da economia, perdendo-se nesse colectivo e perdendo a sua própria individualidade e diversidade. Não conseguem responder, não porque não possam, porque todos temos o potencial para o fazer, mas porque não querem ou não sabem faze-lo. Não é de surpreender, pois essa realidade, apesar de ser considerada por algumas pessoas mais conscientes como a realidade daquilo que realmente SÃO, sendo assim uma realidade iluminada e uma bênção para nós, a vida e o universo, é no entanto para outros, muito "assustadora", pois desafia, de-constrói e muda todos os conceitos e tabus antigos (presentes na sociedade) que tínhamos sobre nós, sobre a nossa vida, sobre a vida de outros, sobre o planeta e a própria essência do universo...

"As grandes verdades começam como grandes blasfémias".

Quando não se está preparado para ouvir a realidade, ela própria torna-se demasiado difícil, e á primeira vista parece ser mais fácil ignorar essa realidade, e continuar a viver numa ilusão... mas não, só seremos verdadeiramente livres e felizes se por nós próprios questionarmos constantemente as nossas "realidades" e se procurarmos pela verdade, toda a verdade, e unicamente a verdade...

"A verdade libertar-te-á".

Nesta vida terrena, a maioria das pessoas vê, constrói e vive uma ilusão daquilo que pensa que é, quando não o é, tanto a nível individual como colectivo. As pessoas pensam que a vida, vive-se e trabalha-se pelo exterior, mas não, a vida vive-se e trabalha-se no nosso interior, a vida é SER, e quando somos o que somos, afectamos directa e positivamente o nosso mundo interior e o mundo exterior, tudo o que está à nossa volta.

Muito se poderia dizer sobre este tema tão profundo e tão vasto, mas as palavras não conseguem descrever aquilo que se sente, aquilo que se É, pois aquilo que É apenas… É.
Será que ao re-descobrirmos o todo daquilo que somos, deixaremos de conhecer, experienciar e re-criar? Não, existe muito para explorar e re-descobrir, pois o universo e a vida é muito mais complexa e maravilhosa do que se possa pensar, há sempre novas aventuras, novas descobertas a fazer, estamos a cada segundo a evoluir e a redefinir o que SOMOS, constantemente. A vida nunca irá "parar" e será "enfadonha", será repleta de alegrias de auto-desenvolvimento e criação.

Faz um favor a ti próprio/a e acredita no que tu ÉS, no teu potencial, no teu amor, nas tuas capacidades de ser mais consciente e te mudar a ti próprio/a e fazer uma diferença no mundo, pois tu és aquilo que tu ÉS, mesmo que ainda possas não saber que o és... ÉS um SER sublime de luz.

Assim, pode-se dizer que no essencial e que responde a todas as perguntas acima indicadas, é que a tua missão na vida é simplesmente ter a coragem, vontade e sabedoria de redescobrir e SERES aquilo que tu ÉS e partilhares isso com o universo... e tu ÉS AMOR INCONDICIONAL.

Fica em paz e no amor… ou melhor, vive e sê a própria paz e o amor.

"Não somos humanos a viver uma experiência espiritual,

Na realidade somos seres espirituais a viver uma experiência humana"

Por Paulo Daniel


Agosto de 2008